quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Era uma vez uma Pintinha!



 



Era uma vez uma pintinha.
                                              E era brilhante. 
                      Era uma pintinha de Amor.


 




Ela não sabia porque tinha aparecido ali,
mas acreditava que Deus sabia o que fazia e não questionava.




Havia quem se aproximasse da pintinha porque gostava do calor dela,
mas depois de estarem quentinhos iam-se embora brincar e
a pintinha ficava a chorar sozinha.



Havia quem se aproximasse da pintinha porque queria saber
como é que ela brilhava assim,
e também queria brilhar.



Mas traziam tanta sombra que a pintinha tinha medo e fugia.
Depois tentavam roubar-lhe o brilho,
e ela chorava. Havia quem amasse a pintinha.



De verdade.
Com muita força.
Mas... quem é que ama uma pintinha?
Não... iam-se embora... e a pintinha ficava a chorar...
e continuava ali sozinha, só ali, a brilhar.



Ora chorando de saudade, ora conformando-se...
ali* Então apareceram mil pintinhas coloridas pequeninas aos saltinhos!
Tanta Alegria! Que Bom!





Gostavam de a ver rir com cócegas.
Gostavam sem nada em troca.
E gostavam muito de brincar com os raios do seu brilho.
E deram o seu brilho à pintinha de brilho,
e ela brilhou ainda mais!



E ficou mais quente que nunca! Era o Arco-Íris!
A cor dos olhos dos que Viam! A Alegria enchia o ar!
Só que as pintinhas coloridas ficaram rijas!
E depois foram-se embora para crescer.



Para crescerem tortas. E longe.
E a pintinha chorou, chorou, até se esvaziar, chorou,
até se apagar, até ser uma cinza seca.
Já não havia o arco-íris. Já não olhava o céu.



Só pensava em Deus, que protegesse as suas queridas pintinhas coloridas,
que já não davam saltinhos, apenas fingiam.
E elas voltaram.
E pegaram nela.
Mas já não havia brilho, já não havia cor.
Pegaram na cinza e colocaram-na numa caixinha no seu coração,
lá no fundo, Guardadinha.




Agora eram outros os seus brilhos.


 

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