
E era brilhante.
Era uma pintinha de Amor.

Ela não sabia porque tinha aparecido ali, 
mas acreditava que Deus sabia o que fazia e não questionava. 

Havia quem se aproximasse da pintinha porque gostava do calor dela,
mas depois de estarem quentinhos iam-se embora brincar e
a pintinha ficava a chorar sozinha. 
Havia quem se aproximasse da pintinha porque queria saber 
como é que ela brilhava assim, 
e também queria brilhar. 
Mas traziam tanta sombra que a pintinha tinha medo e fugia. 
Depois tentavam roubar-lhe o brilho, 
e ela chorava. Havia quem amasse a pintinha. 
De verdade. 
Com muita força.
Mas... quem é que ama uma pintinha? 
Não... iam-se embora... e a pintinha ficava a chorar... 
e continuava ali sozinha, só ali, a brilhar. 
Ora chorando de saudade, ora conformando-se... 
ali* Então apareceram mil pintinhas coloridas pequeninas aos saltinhos! 
Tanta Alegria! Que Bom! 

Gostavam de a ver rir com cócegas.
Gostavam sem nada em troca.
E gostavam muito de brincar com os raios do seu brilho.
E deram o seu brilho à pintinha de brilho,
e ela brilhou ainda mais!
E ficou mais quente que nunca! Era o Arco-Íris! 
A cor dos olhos dos que Viam! A Alegria enchia o ar! 
Só que as pintinhas coloridas ficaram rijas! 
E depois foram-se embora para crescer. 
Para crescerem tortas. E longe. 
até se apagar, até ser uma cinza seca.
Já não havia o arco-íris. Já não olhava o céu.
Só pensava em Deus, que protegesse as suas queridas pintinhas coloridas, 
que já não davam saltinhos, apenas fingiam.
E pegaram nela.
Mas já não havia brilho, já não havia cor.
Pegaram na cinza e colocaram-na numa caixinha no seu coração,
lá no fundo, Guardadinha.

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