quinta-feira, 15 de julho de 2010

Golfinhos



História

 

Depois de terem conquistado mares e oceanos, os golfinhos conquistam também, a amizade dos marinheiros. Imaginem a visão mágica de um grupo de golfinhos divertidos a saltar fora da água, ou a nadar sem esforço à proa de um barco, aproveitando o impulso do seu avanço. Perfeitamente adaptado ao ambiente marinho, onde se movimenta com desenvoltura, o golfinho aprecia os contactos com o homem. Acompanha os barcos entre as ondas, brinca com as crianças na proximidade das praias, mergulha com os mergulhadores que exploram o fundo, salva os nadadores em dificuldade e até participa em missões militares! Só lhe falta falar, mas talvez amanhã, graças ás pesquisas dos cientistas, a sua linguagem possa vir a ser decifrada. 


Hoje são animais muito conhecidos e totalmente familiares ao homem, que os sabe capazes de proezas invulgares. Agora, porém, já não é suficiente amá-los; não basta só fazer exposições mundiais sobre os oceanos e sobre a vida existente neles, mas sim, protege-los, respeitá-los e cuidar deles porque senão imagens como estas passam á história...

 

 

De todos os mamíferos marinhos, os cetáceos são os que melhor se adaptaram neste meio. O nome deste grupo deriva da palavra grega ketos que significa "monstro marinho". Além das baleias ou cetáceos com barbas este grupo também inclui os golfinhos, verdadeiros mamíferos marinhos, que ao longo dos tempos e da evolução se adaptaram á vida aquática, perdendo a faculdade de viver na terra firme.

 

 

Os primeiros cetáceos foram os Ambulocetus (Baleia que Anda), mais se pareciam com crocodilos com pêlos doque com baleias ou golfinhos. Os Ambulocetus fizeram a sua primeira aparição durante o Eocénio, à cerca de 50 milhões de anos, e colonizaram os mares quando as terras emersas tinham o aspecto de uma selva luxuriante.

 

O mais antigo de todos os fósseis, chamado pelos paleontólogos Pakicetus, foi encontrado nos anos 80 junto dos Himalaias, perto da fronteira paquistanesa. Os estudos feitos a partir dos seus restos ósseos revelaram tratar-se de um animal quadrúpede.

Este género ter-se-ia extinto durante o Miocénio, há cerca de 15 milhões de anos, isto é, na época em que fizeram a sua aparição os esqualodontídeos ou primeiros odontocetos (cetáceos com dentes, dos quais descenderam os golfinhos).

 

Os delfinídeos actuais compreendem mais de quarenta espécies de vários tamanhos e formas. Colonizaram todos os oceanos do planeta, dos mares polares aos tropicais, em cujas as águas se movimentam com a mesma facilidade e leveza que uma ave no ar. Nas costas portuguesas existem cerca de duas centenas de espécies de mamíferos marinhos, a maioria dos quais de características oceânicas. O golfinho comum, Delphinus delphi e o golfinho-listado, Stenella coeruleolba, são avistados frequentemente pelas embarcações que se afastam da costa. Sendo verdadeiros mamíferos, têm de respirar o oxigénio do ar e não - como os peixes - o da água. Todavia, as suas crias nascem na água precisamente como as dos peixes.

Animal particularmente inteligente, o golfinho familiarizou-se com o homem desde a antiguidade mais remota: dos frescos cretenses as mais recentes missões que os americanos lhe confiaram, tudo demonstra que este mamífero é sociável e afectuoso. Infelizmente, directa - por causa da pesca abusiva - ou indirectamente - em consequência da poluição do ambiente aquático -, o homem exerceu uma influência nefasta na vida deste pacifico animal. Chegou por isso a hora de se tomarem medidas drásticas para o proteger.

 * Alimentação 

Os golfinhos e os porcos-marinhos são caçadores, e alimentam-se principalmente de diversas espécies de peixe. Muitos caçam em grupo e procuram as grandes "escolas" de presas.

Cada espécie de peixe tem um ciclo anual de movimentos, e os golfinhos acompanham essas escolas de peixes, ou por vezes parecem saber onde interceptá-los; provavelmente eles conseguem estas informações pelos químicos dos peixes como a urina e as fezes.

As orcas, os maiores golfinhos existentes, consumem tudo o que já foi referido anteriormente e geralmente consomem mais do que qualquer outro golfinho.

Um macho adulto em cativeiro, devora cerca e 160 Km de peixe por dia, mas a média e de 79 Kg para os machos, 63 Kg para as fêmeas e 16 Kg para os bebés.

Em cativeiro, as orcas alimentam-se de peixe morto, em liberdade, para além de peixe também se alimentam de outros mamíferos como as focas, os leões-marinhos, outros golfinhos e por vezes baleias.

Geralmente os golfinhos não mastigam as suas presas, mas sim engolem-nos. Os cientistas determinam a dieta dos golfinhos examinando o estômago dos animais mortos nas praias e por vezes, mas com raridade, as suas fezes. É muito raro um cientista conseguir observar, quanto mais fotografar um golfinho a alimentar-se, já que isto se passa dentro de água.

Provavelmente todas as espécies de golfinhos usam o sonar para apanhar os peixes. Mas quando as orcas caçam mamíferos marinhos, têm de fazer muito mais do que utilizar o sonar, têm de esperar quietas, observar e por fim atacar. Em pleno oceano, os golfinhos muitas vezes encurralam as escolas de peixes, obrigando-os a saltar para fora de água.

Fenómeno várias vezes observado pelos investigadores e cientistas. Todos os golfinhos possuem dentes, mas têm uma única dentição, ao contrário da maioria dos mamíferos, que são dotados de uma série de dentes na idade juvenil e de outra em adultos.

 

O arco dentário é constituído por dentes todos iguais, seja qual for a sua posição no maxilar (o animal é chamado monodôntico ao contrário dos mamíferos herodônticos, como o homem). A sua forma e a sua colocação variam, pelo contrário, conforme a espécie, em função do tipo de alimentação. É pois possível conhecer o regime alimentar de uma espécie de golfinhos estudando a forma dos seus dentes.

 

Os golfinhos ictiófagos, isto é, os que se alimentam exclusivamente de peixes, como o roaz-corvineiro ou os Stenella (golfinho-azul, golfinho-de-bico-comprido), têm numerosos dentes (80-150) com a ponta virada para trás, o que permite enganchar e manter seguras escorregadias, como os arenques.

 

Os golfinhos que se alimentam de cefalópodes, como os baleotes, têm maxilares arredondados providos de pouquíssimos dentes: a sua função consiste em manter a presa na cavidade bucal, mas sem a esmagar. Também o maxilar do golfinho-de-risso ( Grampus griseus) é arredondado e provido de poucos dentes: 3-7 para cada semiarcada inferior. 

* Ambiente natural e ecologia

 Onde se encontram os delfinídeos? Poder-se-ia responder: em qualquer lugar! Os golfinhos têm conquistado todos os mares. Alguns têm áreas de distribuição muito reduzidas. É o caso dos Cephalorhynchus : as quatro espécies compreendidas no género habitam as águas costeiras do hemisfério sul: o Golfinho-da-Nova-Zelândia está presente junto das costas da Nova Zelândia, enquanto o Golfinho-de-Heaviside vive nas águas costeiras da Africa do Sul. As outras duas espécies habitam nas águas costeiras da América do Sul; o habitat do Golfinho-de-Dorso-Branco limita-se à costa ocidental que vai do Chile ao cabo Horn e o Golfinho-de-Commerson vive nas águas chilenas, argentinas e em volta das ilhas Falkland e Kerguelen.

Outras espécies de delfinídeos têm áreas de distribuição muito mais extensas. Muitos factores podem influenciar a distribuição da espécie: a temperatura da água, a sua profundidade, a salinidade, a topografia dos fundos e finalmente a presença de alimento.

As diferentes espécies de delfinídeos têm-se adaptado aos diversos tipos de habitat. Algumas vivem unicamente nos estuários e nos rios, como a orcela e o golfinho-do-amazonas. Outras, como os Cephalorhynchus , habitam perto das costas, enquanto os Stenella , os Lissodelphis e o Golfinho-Comum preferem o mar alto. Outras ainda, como a orca e o Roaz-Corvineiro, encontram-se tanto em águas costeiras como no mar alto.

 

Os cetáceos fazem grandes deslocações. Contam-se entre os animais mais móveis da Terra. Sem realizarem verdadeiras migrações, algumas espécies deslocam-se em função das estações. A temperatura externa modifica a da água, influenciando a presença de alimento: algumas espécies acompanham assim as migrações das suas presas. O  golfinho-do-amazonas aproveita a estação das chuvas para penetrar na selva e nas planícies alagadas; pelo contrário, durante a estação seca, fica nos deltas.

 

Alguns exemplares são capazes de cobrir distâncias enormes à procura de alimento. Um golfinho movimenta-se em média a 20 km/h, mas os roazes-corvineiros podem alcançar os 44 km/h.  

 - O factor temperatura

 

A migração das presas e as oscila ções da temperatura da água não provocam apenas deslocações sazo nais: modificam também, com o passar do tempo, a distribuição de algu mas espécies de delfinídeos. O golfinho-de-risso, por exemplo, presente em larga escala no início do século na baía de Monterey, foi desapare cendo dessa zona com o passar dos anos, para reaparecer nos anos 70. Graças ao exame da curva da tem peratura e da evolução da pesca nos últimos 100 anos, C. Hubbs pôde concluir que a presença dos golfi nhos coincidia com dois períodos de aquecimento anómalo das águas dessa região. Mais recentemente, alguns roazes-corvineiros reaparece ram no mesmo lugar. Os primeiros exemplares chegaram em 1982- 1983, simultaneamente com o efei to de uma corrente chamada "EI Nino», que provocou um aqueci mento considerável das águas. Pen sa-se que estes animais seguiram as rotas migratórias das suas presas. A riqueza de peixes na baía de Monterey e as espantosas capacidades de adaptação dos roazes-corvineiros permitiram o estabelecimento na baía de uma população costeira desta espécie.

  - Predadores e Presas

 Os golfinhos são predadores que, na cadeia alimentar, se colocam nos níveis superiores. Noutras palavras, são poucos os animais que as predam para os comer, enquanto eles conso mem enormes quantidades de peixes e de moluscos. Mas as espécies de pequenas dimensões, como os Stenella, os golfinhos-lacustres-chineses do género Sousa e até os roazes-corvineiros,  podem tornar-se presas de superpredadores, como as orcas ou os tubarões. O problema é particularmente grave na África do Sul e na Austrália. V. Cockcroft estudou este fenómeno nas popula ções de golfinhos-lacustres da costa sudeste da África do Sul. Cerca de 35% destes animais foram agredidos por tubarões, como testemunham as cicatrizes no corpo, as barbatanas dilaceradas ou ausentes...  

* Famílias Unidas e Numerosas

 Os golfinhos vivem e deslocam-se em grupo; os do mar alto (pelági cos) formam grandes grupos; os que têm o seu habitat mais próximo da terra firme (costeiros) preferem viver em famílias compostas por cerca de 15 membros, em muitos casos ligados por vínculos de paren tesco.

 

A estrutura do grupo é sempre igual, seja qual for o número dos seus elementos, compreendendo alguns subgrupos bem diferenciados: o da fêmea que amamentam e o dos jo vens entre 4-8 anos, conforme a espécie, e o dos jovens quase adul tos, frequentemente acompanhados por alguns machos maduros. Estes subgrupos dispõem-se segundo um esquema preestabelecido no interior do mesmo território, com as fêmeas no centro para ficarem mais bem protegidas.

 

No mar alto, não é raro encon trarem-se grupos com mais de 1000 exemplares. Michael Scott, inves tigador do Scripps lnstitute, na Califórnia, recenseou, em 1989, 8696 golfinhos-comuns pertencen tes ao mesmo grupo.

As estratégias de caça, sem dúvi da, mas também a possibilidade de melhor se defenderem dos predado res, parecem ser as razões principais dessa organização em grupos. Por exemplo, os pequenos delfinídeos, como  os golfinhos-raiados, que vivem e caçam em grupos durante a noite, formam «Supergrupos» com postos por muitos milhares de indi víduos durante o dia, de forma a pro tegerem-se melhor dos tubarões ou das orcas.  

Não é fácil determinar exacta mente a extensão dos seus territ6 rios. Os golfinhos-raiados podem ocupar zonas com um diâmetro superior a 400 km.  Pelo contrário, um grupo costeiro de 6 orcas-pigmeias havaianas, estudadas por C. Jemmer em 1988, vivia num território que atingia apenas os 2 km2, em águas pouco profundas, entre 5 8 m. Neste pequeno grupo de orcas, todas adultas, dominavam dois exemplares: um macho e uma fê mea. Estes guiavam os companhei ros e às vezes mostravam-se agressivos -com estalidos de maxilares e golpes de cauda na água -, para afirmar a sua supremacia. Em algu mas espécies, como os baleotes, a coesão do grupo é  tão forte que, se por acaso o animal dominante der à costa, os companheiros vão atrás dele.

 Os hábitos poligâmicos dos golfinhos

Durante a época do acasalamento, a hierarquia no interior do grupo reforça-se. Acontece também os grupos juntarem-se, facilitando assim os encontros entre os seus membros. Os machos aproximam-se dos grupos das fêmeas e os mais for tes procuram impressionar as mais jovens. Os  golfinhos são polígamos, mas não vivem em haréns. As fê meas acasalam frequentemente com mais do que um macho na mesma época. Entre os roazes-corvineiros, os machos são sexualmente adultos por volta dos 10 anos, mas frequen temente só acasalam depois dos 15 anos.

As paradas nupciais podem durar várias semanas, ao longo das quais os machos realizam inúmeras proe zas acrobáticas. Depois, as fêmeas aptas para serem fecundadas aproxi mam-se e formam-se os pares. Desejosos de carícias, os golfinhos esfregam-se nas barbatanas peitorais das suas parceiras. A seguir, a cópu la dura apenas 15-20 segundos e rea liza-se debaixo de água.

  - Uma progenitora e uma madrinha

 

A gestação dura entre 10-12 meses, conforme a espécie. Na altura do nascimento, a cria mede entre 70 -120 cm. Outra fêmea do grupo assis te a

progenitora: juntas, levam-na delicadamente para a superfície para que

possa respirar o ar pela primeira vez. Além disso, a «madrinha» cuida do pequeno golfinho quando a pro genitora vai à caça. Os jovens socializam rapidamen te. Fez-se um estudo num grupo de 200 roazes-corvineiros, em Shark Bay (costa sudoeste da Austrália), dos quais 24 exemplares formavam pares de progenitoras-crias. Depois dos 4 meses, os jovens afastavam-se mais de 20 m da progenitora e brin cavam com outros membros do grupo.

 

Há também exemplares que levam uma vida solitária: trata-se sempre de adultos, mas não se sabe se foram afastados pelos membros do grupo ou se eles próprios esco lheram viver dessa forma. Em 1989, L. Barry e a sua equipa observaram o comportamento de uma falsa-orca solitária a pouca distância das costas de Vancouver. O animal passava 22% do seu tempo a caçar, 20% a brincar e a saltar para fora da água, 40% a deslocar-se e 18% a brincar em volta dos barcos que cruzavam a zona.

 

http://www.portaldascuriosidades.com/forum/index.php?topic=54017.0;wap2

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Porque eles são tão carismáticos?

R=**** http://www.institutoaqualung.com.br/info_golfinhos_61.html

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